FADO SEM SABER


FADO SEM SABER
Rui Leandro
Descansa o teu silêncio no meu peito
Tudo o que passou tão de mansinho
Atrás ficou um rio onde me deito
As margens inundaram meu caminho
Corremos o caudal com a certeza
Esquecemos a maré que se destina
A vela do teu lume estava acesa
O vento com a força da bolina
Bate a saudade à porta e também cansa
Ao canto da janela um ramalhete
Em cada flor ficou uma lembrança
Segredos que te escrevo num bilhete
Descansa o teu silêncio no meu peito
Tudo o que passou tão de mansinho
Palavras estorvam cada gesto feito
Palavras sei eu bem e adivinho
Corremos o caudal desta certeza
O rio caiu em nós ficando estreito
A vela apagou-se na defesa
Outros afluentes sem proveito
Bate a saudade à porta e também cansa
Cansada fica a roupa que se veste
Em cada flor ficou uma lembrança
A ausência que ateima e não se despe
Descansa o teu silêncio no meu peito
Descansa esta lembrança de te querer
O rio separa as margens a seu jeito
A água vai correndo sem saber...
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home