FADO SEVERO

FADO SEVERO
Edison Nequete/Marlene Pastro


Vi Lisboa na janela
Daquela velha viela
Quase juro que a noitada
De lua meio velada
Me levava muito longe
Cá p’ra nós, nunca fui monge
Que fazer, será meu fado
Perder-me por ter olhado
A cidade na janela velha
Da velha viela
Por pouco não a transpus
Como bom gajo de truz
Porque ali na janela
Quem me esperava era ela
Ela quem, ela quem, ela
Ela a própria Severa
Vivi em Lisboa antiga
Quem me queira que me siga
Na ciganagem da vida
Digo adeus por despedida
Dos amores levo fardos
Que não pesam, são meus fados
Certa noite amei Severa
Em Mouraria quimera

Ai, Mouraria
Da velha Rua da Palma
Daquela rua tão calma
Onde em noite de magia
Eu em sonho enluarado
Chorei meu severo fado